Hidrocefalia Pediátrica

Introdução

Hidrocefalia é uma distensão ativa do sistema ventricular devido a uma inadequada passagem do líquido cefalorraquidiano (LCR) através das vias de circulação, desde o local de produção dentro dos ventrículos cerebrais até o local de absorção na circulação sistêmica. Esta condição não é uma doença mas sim o resultado de várias patologias que afetam os fetos, os recém nascidos e crianças maiores.

A capacidade total de LCR dentro do Sistema Nervoso (SN) é de aproximadamente 60 ml nos recém nascidos e de 150 ml nos adultos, distribuído entre o SV e cisternas. Assim, qualquer fator que possa interferir no equilíbrio existente entre a produção, circulação e absorção do LCR, pode resultar em um acúmulo do LCR e consequente aumento da pressão intracraniana (PIC).

A etiologia da hidrocefalia é multifatorial, ocorrendo desde apresentações de formas congênitas diagnosticadas intra útero, no período neonatal e formas adquiridas.
As hidrocefalias podem ser classificadas em adquiridas ou secundárias, quando decorrem de causas extrínsecas como hemorragia, infecções e tumores, e congênitas (intrínsecas) sem uma causa extrínseca óbvia.

Para fins de conduta terapêutica, podemos classificar as hidrocefalias de forma binária em comunicante ou não obstrutiva e não comunicante ou obstrutiva. Quando imagens mostram todos os ventrículos dilatados classificamos como hidrocefalia do tipo comunicante. Já na hidrocefalia não comunicante ou obstrutiva observa-se assimetria entre algum dos ventrículos revelando obstrução no fluxo do líquor dentro do sistema ventricular. Locais de obstrução mais comuns podem ser observados na figura abaixo.


Neurocirurgião especialista em Hidrocefalia
Figura - Representação dos principais locais de obstrução da circulação de LCR.

Investigação

Estudos de imagem para investigação da hidrocefalia são o ultrassom cerebral transfontanelar (USTF), a tomografia de crânio (TC) e a ressonância magnética (RM) do crânio.

O USTF é a ferramenta de escolha para acompanhamento do tamanho ventricular no período neonatal e pode ser utilizado enquanto a fontanela anterior (bregma) ainda fornecer uma boa janela acústica. Na ultrassongráfica cerebral deve-se avaliar o grau de dilatação ventricular e monitorar seu alargamento. Este exame fornece informações suficientes para a indicação e realização da maioria dos procedimentos de neurocirurgia para tratamento da hidrocefalia.

A RM de crânio é o exame de escolha para definição da causa da hidrocefalia e fundamental na indicação da modalidade de tratamento nas hidrocefalias complexas, fornece importantes informações sobre anatomia ventricular e fluxo do líquor.

A TC de crânio fica reservada para os casos de urgência em pacientes com fontanela fechada ou com janela insuficiente, casos de trauma e casos em que há a suspeita ou confirmação de hematomas.



Tratamento

O objetivo do tratamento da hidrocefalia é restaurar a circulação do líquor, acumulado dentro do sistema ventricular que esteja aumentando a pressão intracraniana, a uma condição tão normal quanto possível. A decisão cirúrgica deve levar em conta todos os riscos e benefícios do procedimento e nos casos não claros uma conduta conservadora inicial pode ser escolhida. Assim, o tratamento deve ser individualizado nas bases da apresentação clínica, etiologia e características de imagem.

A derivação ventrículo peritoneal (DVP) é a forma de tratamento definitivo da hidrocefalia mais utilizada. No procedimento, um cateter é implantado dentro do sistema ventricular (cateter ventricular ou proximal), que é conectado a um componente com uma válvula para controle de pressão, que se conecta a um sistema de cateter que passa pelo espaço subcutâneo do crânio ao abdome, para então ser implantado dentro do abdome, através do peritônio (cateter peritoneal ou distal).

Hidrocefalias diagnosticadas claramente como obstrutivas (estenose do aqueduto de Sylvius; tumor de fossa posterior; cisto aracnóide; estenose de forâmen de Monro), em crianças com idade superior a um ano de idade, podem ser tratadas com terceiro ventriculostomia endoscópica (TVE). Esta técnica realiza uma comunicação, sob visualização endoscópica, entre o assoalho do terceiro ventrículo com a cisterna interpeduncular, fazendo com que o líquor acumulado volte a circular pelo espaço cisternal e assuma seu fluxo natural podendo então voltar a ser absorvido nas granulações de aracnóide. A neuroendoscopia é, ainda, muito útil em hidrocefalias multicompartimentalizadas, em cistos de aracnóide e para biópsias ventriculares.



Coleção Pericerebral Benigna da Infância

Trata-se de uma condição benigna que se traduz clinicamente por um aumento progressivo do perímetro cefálico (PC) nos primeiros meses de vida, desproporcional ao crescimento corporal, que muitas vezes ultrapassa o percentil 95.
A análise da curva de perímetro cefálico permite verificar um aumento rápido do PC que progressivamente se estabiliza e volta a acompanhar a velocidade de crescimento normal, mesmo que acima do percentil 95.
A incidência é desconhecida, contudo é mais comum no sexo masculino e em 88% dos casos existe história de macrocrania em familiares. Não há necessidade de tratamento cirúrgico ou qualquer intervenção medicamentosa.


Etiologias mais comuns de Hidrocefalia:

Dr Enrico Ghizoni especialista em Hidrocefalia


Principais sinais e sintomas relacionados a hidrocefalia por faixa etária

Cirurgia contra Hidrocefalia em Campinas
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