Tumores Cerebrais
O cérebro pode ser acometido por tumores que derivam de suas próprias células, também conhecidos como gliomas, ou por tumores de outros órgãos, as chamadas metástases. Os principais tumores primários do cérebro são os gliomas e meningiomas.
Os sintomas variam desde uma simples dor de cabeça que persiste, até quadros de epilepsia e dificuldades para falar, movimentar os braços e pernas ou mesmo caminhar.
É uma das áreas em que mais houve avanços na neurocirurgia, tendo em vista as tecnologias de monitorização do pacientes durante a cirurgia para se evitar déficits neurológicos, a neuronavegação que orienta a localização exata das lesões e os avanços na neuro oncologia clínica.
O melhor tratamento possível é obtido junto a uma equipe com regulares discussões multidisciplinares entre oncologistas, neurocirurgiões e radioterapeutas, possibilitando assim a melhor decisão terapêutica para o paciente. O tratamento deve ser individualizado, considerando a idade dos pacientes, os sintomas e os achados de exame radiológicos.
Gliomas
Tumores cerebrais primários (tumores secundários são as chamadas metástases, que possuem sua origem em tumores de outra localidade do organismo e que chegam ao cérebro através de células levadas pela corrente sangüínea), chamados gliomas ou astrocitomas são tumores das células estruturais do cérebro, conhecidas como células gliais. Esses tumores podem se apresentar com fraqueza, cefaléia ou crises convulsivas, ou alterações de personalidade. Alguns astrocitomas são considerados de baixo grau (low-grade) e podem ser benignos ou de crescimento lento. Astrocitomas mais agressivos, chamados de glioblastoma, são geralmente rapidamente progressivos.
Quando a cirurgia é indicada, o objetivo é promover uma ressecção segura e, se possível, total, além de se estabelecer o tipo histológico do tumor. O uso de neuronavegação e neuromonitorização durante a cirurgia tem melhorado sobremaneira a extensão de ressecção e permitido cirurgias menos invasivas. Em casos selecionados biósias guiadas por estereotaxia podem ser indicadas.
O tratamento é coordenado pelo neurocirurgião junto a um time multidisciplinar que envolve neuro-oncologistas e oncologistas radioterapêutas.
Meningeomas
Meningeomas são tumores de crescimento lento, geralmente benignos, que se originam das membranas que envolvem o cérebro. À medida que crescem, os meningeomas podem comprimir o tecido cerebral circunjacente ou os nervos e causar sintomas neurológicos. Freqüentemente os meningeomas causam inchaço do cérebro ocasionando assim os sintomas. Mesmo pequenos meningeomas podem causar fraqueza, cefaléia ou crises convulsivas. Embora a vasta maioria dos meningeomas seja de natureza benígna, estes podem atuar de maneira agressiva devido à sua natureza ou localização.
Na avaliação das opções de tratamento, levamos em consideração o tamanho, a localização do tumor e a idade do paciente. Por exemplo, podemos recomendar observação e acompanhamento com ressonância magnética em pacientes selecionados com pequenos tumores. Nos pacientes submetidos à cirurgia para ressecção do tumor, o objetivo é o de remover de maneira segura a lesão e aliviar a pressão exercida sobre o cérebro. Freqüentemente, somos capazes de remover totalmente o tumor sem riscos para o paciente. Utilizamos de equipamentos sofisticados como neuronavegação e neuromonitorização para aumentar a precisão de nossas ressecções e minimizar eventuais danos neurológicos. Alguns pacientes com meningeomas podem ser candidatos a radiocirurgia estereotáxica.
Tumores cerebrais em crianças
Os tumores cerebrais estão entre os principais tumores que acometem as crianças. Entre eles, os craniofaringeomas, que envolvem estruturas localizadas na base do cérebro, podem ocasionar distúrbios hormonais, com alterações do crescimento, ou mesmo alterações da visão e até cegueira. O tratamento dessas lesões é feito com cirurgia, com o objetivo da maior ressecção possível com segurança.
Além dos craniofaringeomas, na população pediátrica podem ocorrer tumores na região do cerebelo, sendo os mais comuns os ependimomas e os meduloblastomas. Essas lesões cursam com sintomas diversos, como dor de cabeça, desequilíbrio, alterações visuais e dificuldade para caminhar.
O tratamento, na maioria dos casos, consiste em cirurgia, onde a retirada completa do tumor pode ser fundamental para o controle da doença. Devido a particularidades dos pacientes pediátricos, como peso e idade, estas cirurgias devem ser realizadas por neurocirurgiões experientes no ramo da neuro-oncologia pediátrica.